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24 março / 2020

Serviço de delivery: qual modelo utilizar?

Empresários podem contratar motoboy fixo ou utilizar aplicativos de entrega. Vantagens e desvantagens de cada modalidade devem ser cuidadosamente analisadas

O aumento dos casos do novo coronavírus fez crescer a procura por serviços de delivery. Empresas que já fazem entregas planejam reforçar sua logística, enquanto que estabelecimentos que ainda não contam com a modalidade estudam as melhores opções disponíveis no mercado.

 

Mas, afinal de contas, o que vale mais a pena? Montar uma estrutura própria com motoboy fixo, utilizar um dos aplicativos de entrega que operam no país – como iFood, Rappi e Uber Eats – ou mais de uma dessas plataformas simultaneamente?

 

Segundo a consultora do Sebrae-SP, Ariadne Mecate, diversos fatores precisam ser levados em consideração no processo de decisão, como custo, gestão do serviço, qualidade no atendimento, público-alvo, divulgação da marca, entre outros.

 

DELIVERY PRÓPRIO

 

Investir em um delivery próprio, de acordo com a consultora, é vantajoso se a empresa tem um volume de entregas significativo e suficiente para cobrir toda a estrutura que este modelo de operação demanda.

 

Faz parte dessa estrutura a compra da moto ou veículo, seguro, contratação de funcionários e os respectivos encargos envolvidos, custos de manutenção, entre outras despesas.

 

“É preciso analisar se o empresário dispõe de recursos financeiros para fazer esse investimento, além de tempo para administrar e gerir a estrutura do delivery e seus contratempos, como quebra da moto, acidente e faltas do entregador”, afirmou Ariadne.

 

Na opinião da consultora, a maior vantagem do delivery próprio “é o empresário saber como seu produto realmente vai chegar até o cliente final. O nível de personalização da experiência, padronização de atendimento e controle de qualidade é muito maior, pois há, muitas vezes, um processo de treinamento nos próprios estabelecimentos”.

 

APLICATIVO DE ENTREGA

 

O aplicativo de entrega, de acordo com Ariadne, é uma possibilidade interessante de divulgação da marca para novos clientes, pois alcança um perfil de consumidor que normalmente não compra pelo telefone.

 

Para a consultora, a plataforma também é indicada para a empresa que não tem uma expertise em entregas ou se não possui recursos para fazer um investimento visando montar seu próprio delivery.

Essas plataformas geralmente cuidam de toda a parte de gestão, incluindo frota e funcionários. “A estrutura já vem pronta, com muita rapidez. O empresário não se descapitaliza e não tem vínculo com os entregadores. Além disso, há flexibilidade para troca de empresas quando for conveniente”, disse.

 

No entanto, quem optar por terceirizar a entrega deve levar em consideração as taxas cobradas pelos aplicativos, que podem variar de 10% a 30% do preço do produto entregue, além das mensalidades pagas às plataformas.

 

“O empreendedor precisa verificar em quais produtos ele possui margem suficiente para que, descontadas as taxas dos aplicativos, consiga bons lucros”, afirmou Ariadne.

 

TUDO JUNTO

 

No Tatu Burguer, lanchonete e pizzaria localizada no bairro do Tatuapé, em São Paulo, o proprietário Weber Oliveira mantém as duas estruturas de entregas, cada uma com suas vantagens.

Atualmente, 70% das vendas delivery são feitas pelo telefone. “Geralmente são os clientes mais fixos e antigos, que moram no bairro ou próximos do estabelecimento”, contou Oliveira.

 

Com o aplicativo que utiliza, o iFood, o empresário diz que consegue divulgar melhor o estabelecimento e conquistar novos públicos. No entanto, a mensalidade de R$ 110 e a taxa de 12% em cada venda “inviabiliza trabalhar somente com a plataforma. Ela funciona bem como um complemento”.

 

Oliveira já tentou trabalhar com mais de um aplicativo de entrega. Apesar de ampliar o mercado, a somatória das mensalidades e as taxas diferenciadas entre as empresas inviabilizaram financeiramente a operação.

 

 “Todos os formatos podem coexistir sem problemas. Mas independente do tipo de delivery, o importante é o empresário ter em mente que, neste momento, essa modalidade é inevitável e trata-se de uma questão de sobrevivência em qualquer tipo de produto ou mesmo serviço”, concluiu Ariadne.

 

  Por André de Almeida  23 de Março de 2020 às 06:00

  | Repórter andre.dcomercio@gmail.com | Diário do Comércio

IMAGEM: Pixabay